SALA DE SITUAÇÃO COORDENARÁ AÇÕES DE RESGATE A VÍTIMAS DE NAUFRÁGIO
Com a utilização de sonares contratados
pela empresa Transportes Bertolini e apoio do navio hidroceanográfico da
Marinha do Brasil “Rio Branco”, o casco da embarcação foi localizado.
Representantes do Sistema de Segurança Pública do
Estado reuniram a imprensa em coletiva na manhã desta terça-feira (8), na sede
do 4º Grupamento de Bombeiro Militar, em Santarém, para expor as ações de
resgate das vítimas do acidente entre um empurrador de balsas da empresa
Transportes Bertolini e o navio Mercosul Santos, ocorrido no dia 2 deste mês.
Nove tripulantes da balsa continuam desaparecidos. Os órgãos envolvidos na
operação trabalham com a probabilidade de que ainda estejam presos nas
instalações do empurrador.
Durante a coletiva, também foram relatados os
esforços feitos para a flutuação do empurrador, que se encontra a uma
profundidade de 63 metros. Nas próximas horas, a empresa Bertolini deve
apresentar à Capitania Fluvial de Santarém um plano de salvatagem, para se
credenciar todo o trabalho de resgate em grande profundidade, como no caso do
rebocador.
A criação de uma sala de situação
interinstitucional para o gerenciamento de todas as informações referentes ao
acidente, foi um dos destaques da coletiva. “Instalamos, oficialmente, uma
estrutura aqui na sede do Corpo de Bombeiros no sentido de reunir informações
referentes, sobretudo, às providências para o resgate dos corpos”, ressaltou o
coronel Francisco Cantuária, coordenador adjunto da Defesa Civil do Estado.
Estiveram presentes ainda o delegado Dilermando Dantas, diretor do Grupamento
Fluvial da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (GFlu),
além de representantes da Capitania Fluvial de Santarém, do Corpo de Bombeiros,
Polícia Militar e Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”.
Duas outras pessoas conseguiram se salvar no
momento do choque do comboio de balsas com o navio que carregava contêineres. A
Polícia Civil deu detalhes do trabalho de investigação. “Vamos reinquirir todas
as testemunhas a fim de confirmar as informações já repassadas em depoimentos.
Nessa fase das oitivas, vamos avaliar ainda as condições da maré, profundidade
e aspectos naturais que possam ter colaborado para a colisão. E vamos ainda
analisar os aspectos tecnológicos dos transportes envolvidos”, informou
Dilermando Dantas.
Com a utilização de sonares contratados pela
empresa Transportes Bertolini e apoio do navio hidroceanográfico da Marinha do
Brasil “Rio Branco”, o casco da embarcação foi localizado. O empurrador
deslocava nove balsas com destino a Manaus, no Amazonas, sendo que uma delas
foi danificada e as demais ficaram à deriva após o choque.
Desde a data do acidente, militares do Corpo de
Bombeiros de Belém e de Santarém e também do Grupamento Fluvial da Segup mantêm
o trabalho de varredura por meio de uma extensa corda e da leitura por radar.
“Estamos fazendo o balizamento da área desde a semana passada. Fizemos buscas
superficiais e marcações para delimitar a área de buscas. Começamos os
trabalhos com o reconhecimento da área e levantamento das primeiras
informações”, explicou o capital CBM Rogério Scienza.
A próxima etapa é definir o plano de salvatagem
para retirada do rebocador do fundo do rio. A seguradora da empresa Bertolini
já está contratando um serviço especializado para atuar em operações marítimas
de profundidades superiores a 60 metros. O plano deverá ser apresentado à
Capitania dos Portos em Santarém para ser aprovado e, só então, começará o
trabalho de içamento. A grande profundidade, a falta de visibilidade e a forte
correnteza do rio Amazonas são as maiores dificuldades a serem enfrentadas
pelas equipes de resgate do rebocador.
De acordo com a Secretaria de Estado de Assistência
Social, Trabalho e Renda (Seaster), das nove vítimas do acidente, seis são de
Santarém, duas são do Amazonas e uma de São Paulo. Outras providências já foram
oficializadas. "A Seaster articulou ações direcionadas às famílias das
vítimas, dentre elas o levantamento dos endereços de todas elas e a atenção
psicossocial, com opoio da Secretaria Municipal de Assistência Social de Óbidos
e o envolvimento do Corpo de Bombeiros", afirmou a assistente social
Elisabete Vitervino.
Fonte/Foto: Sérgio Chêne – Agência Pará de Notícias
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